sexta-feira, 19 de março de 2010

O bom e o grande Goleiro

A categoria “goleiros de ponta” tem dois subgrupos bem interessantes. No primeiro estão aqueles caras irrepreensíveis, que brilham em momentos decisivos e se identificam plenamente com a torcida. Podem até falhar e engolir frangos, mas jamais sua reputação é questionada.

No futebol brasileiro atual, podemos colocar neste grupo o palmeirense Marcos, o são-paulino Rogério Ceni (ambos em final de carreira) e Victor, do Grêmio. Isso sem falar, é claro, no atual melhor de todos: Júlio César, o titular da seleção. Dida, em má fase há tempos, também merece este posto por consideração ao conjunto da obra.

Todos têm em comum não apenas o reflexo e a habilidade. Mas a postura. Em campo, são e parecem ser líderes respeitados. Raramente falam grandes abobrinhas e fazem o difícil parecer simples.

O outro subgrupo dos goleiros de ponta é mais numeroso. Ele reúne aqueles guarda-metas comprovadamente competentes, mas que por algum motivo jamais caem na plena graça de público e crítica.

Muitas vezes por falarem demais, outras por preferirem a pose para a foto à defesa simples e segura, Este tipo de camisa 1 vem sempre acompanhado de expressões como: “Ah, ele é bom. Mas não passa aquela segurança, sabe?” Ou: “Sempre entrega o ouro na hora H, preferia o…”

Quem se encaixa nesta turma? Eu diria que Felipe, do Corinthians; Bruno, do Flamengo; Fábio, do Cruzeiro e até mesmo Fábio Costa (há quase um ano às voltas com contusões no Santos) são bons representantes. Isso sem esquecer, é claro, de Doni.

A verdade é que, para ser um ídolo no gol, o camisa 1 tem de ter pose de diplomata. Ou de super-herói.